Foi lançada na manhã desta segunda-feira, 3, a campanha do Governo do Estado "Motociclista Vivo". O objetivo é reduzir o...
Foi lançada na manhã desta segunda-feira, 3, a campanha
do Governo do Estado "Motociclista Vivo". O objetivo é reduzir os altos
índices de acidente com motos, que colocam Sergipe em 1º lugar no
ranking do Brasil com motociclista sequelados ou mortos.
Esta
é uma campanha de cunho educativo e envolve as Secretarias de Estado da
Saúde (SES), Educação (SEED) e Departamento Estadual de Trânsito
(Detran/SE). O lançamento foi realizado no Colégio Vitória de Santa
Maria, no bairro Santa Maria, em Aracaju. O bairro foi o que mais
apresentou vítimas de acidentes na capital.
Somente
este ano no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), entre janeiro e
junho, foram registrados 3.718 atendimentos em decorrência de acidentes
motociclísticos. Os três municípios onde houve mais acidentes foram:
Aracaju, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro.
Nesses
municípios, os locais onde mais ocorreram os acidentes foram: Sede de
São Cristóvão (97 acidentes/ 2,60%), Santa Maria (81/2,17%), Santos
Dumont (79/2,12%), Rosa Elze (69/ 1,85%), Bairro América (61/1,64%),
Bugio (50/1,34%), Siqueira Campos (49/1,30%), sede de Nossa Senhora de
Socorro (48/1,29%), São Conrado (47/1,24%), João Alves (46/1,23%),
Cidade Nova (45/1,21%), Parque dos Faróis (42/1,12%), Marcos Freire 2
(41/ 1,10%), Conjunto Jardim (40/1,07%), Bairro Industrial (35/0,94%),
18 do Forte (34/0,91%), Eduardo Gomes (33/ 0,88%), Mosqueiro (32/
0,86%), Barra dos Coqueiros (31/ 0,83%) e Coroa do Meio (30/0,80%).
De
acordo como secretário de Estado da Saúde, José Sobral, muitos
acidentes estão associados ao uso de álcool e outras drogas. Paralelo a
isso, outros fatores que contribuem para o aumento dos acidentes é a
comercialização indiscriminada de motonetas, em supermercados e sem
registros, o uso sem a devida habilitação e o não uso dos equipamentos
de proteção individual.
“Ao todo em Sergipe, temos mais de
17,6 óbitos para cada 10 mil motos, enquanto a média brasileira é de
6,6. Além dos óbitos, muitas outras pessoas ficam inabilitadas. Queremos
chamar a atenção da população para o risco de conduzir esses veículos
sem as devidas precauções e prudência, pois as consequências para a
saúde das pessoas são graves”, disse José Sobral.
“Os
acidentes causam um alto custo para o SUS e para a seguridade social.
Uma pessoa que sofre acidente de moto fica internada, em média, 30 dias
no Huse e seu tratamento pode custar, em média, R$ 120 mil. Além do
custo para o SUS, temos o custo social médio de R$ 952 mil por
acidentado, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Mais importante que os custos financeiros é a vida das pessoas e essa é
nossa maior preocupação”, destacou o secretário.
Para
a superintendente do Huse, Lycia Diniz, os acidentes motociclísticos se
tornaram uma epidemia. “Antes dessa epidemia, atendíamos cerca de três
casos de fraturas expostas por semana. Atualmente, atendemos em torno de
17 fraturas em menos de 24 horas”, contabiliza Lycia Diniz.
“Combater
esse problema é uma luta que nós, profissionais de saúde, temos
enfrentado. As pessoas que chegam vítimas de acidentes no Huse sofrem
desde pequenas escoriações, passando por cirurgias e ocupando leitos de
UTI. Estamos sempre prontos para atender qualquer pessoa que chegue ao
hospital, mas precisamos reduzir esse número de acidentes, que são
causas evitáveis”, disse Marcos Kruger, diretor clínico do Huse.
A
assessora Especial da Casa Civil, Eliane Aquino destacou a importância
dos estudantes no sucesso da campanha. “Para que essa campanha tenha o
resultado esperado, precisamos da união de todos os órgãos envolvidos e
que vocês estudantes nos ajudem a conscientizar os amigos e familiares
para uma pilotagem segura das motos”, afirmou.
“Não podemos
conceber um hospital com um quantitativo maior de pacientes vítimas de
acidentes de trânsito do que com pessoas adoecidas por outras causas.
Estamos apoiando essa campanha idealizada pela Secretaria de Estado da
Saúde como um investimento no bem estar social”, disse Edgard da Mota,
diretor-presidente do Detran/SE.
Para o
secretário Estadual de Educação, Jorge Carvalho, “a escola é um espaço
para educarmos. Levar essa campanha para outras escolas significa
ensinar a respeitar as leis de trânsito e a vida”, disse.
Samu 192 Sergipe
A
superintendente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192
Sergipe), Conceição Mendonça, destacou a importância do trabalho
preventivo que visa a minimização dos índices correspondentes às vítimas
de acidentes motociclísticos. “Registramos, neste primeiro semestre de
2015, um acréscimo de 23,5% relacionado aos pacientes envolvidos em
ocorrências com motocicletas no Estado. Esse, entre outros dados
estatísticos revelam que Sergipe dispõe de dados preocupantes, do ponto
de vista nacional, sendo a maior parte das vítimas acometidas por
traumas em crânio e em membros inferiores. Esses últimos, por sua vez,
que ocasionam politraumas de alta gravidade”, revelou a gestora.
Segundo
o diretor geral da Fundação Hospitalar de Saúde, Hans Lobo, a campanha
Motociclista Vivo surge em momento oportuno para conscientizar os
usuários dos veículos de duas rodas. “A FHS apoia a iniciativa que
enaltece a transmissão de orientações sobre a problemática que envolve
acidentes motociclísticos, na perspectiva de formar multiplicadores de
informações. Através da educação, o objetivo de dispormos de cidadãos
mais conscientes no trânsito tende a ser alcançado, aliando a esse fator
positivo a redução de demandas hospitalares que poderiam ser evitadas
com o uso coerente desses veículos”, destacou Hans.
Compartilhando
da necessidade de orientar crianças e adolescentes, público que
representa em sua maior parte os usuários de motocicleta, sobre os
números relacionados aos acidentes envolvendo esses veículos, Carlos
Eduardo de Almeida, motossocorrista do Samu 192 Sergipe há seis anos,
também marcou presença no evento.
“Considerando
que a maior parte dos motociclistas demonstra não estar ciente de
noções de segurança no trânsito, aprovo a iniciativa que visa
sensibilizar o público infanto-juvenil. Diante dos dados estatísticos
divulgados, a fim de evitar acidentes que provocam mutilações e óbitos
em condutores diversos. Ao serem devidamente instruídos e
conscientizados, esse público deixará de agir no trânsito de forma
ofensiva”, destacou o motossocorrista, cuja atuação no Samu consiste em
utilizar motos para salvar vidas, reduzindo, portanto, o tempo resposta
de um atendimento a um cidadão que necessite de assistência
pré-hospitalar móvel de urgência.
A adolescente
de 15 anos, Arislene Oliveira, estudante do 1º ano do ensino
fundamental, se compromete em ser uma multiplicadora de informações
educativas.“A sensibilização é necessária, considerando que muitos
usuários de motos utilizam esses veículos de forma errada. Como
estudante, pretendo alertar os amigos para que não se comportarem mal no
trânsito. Assim, eles não comprometem a própria vida com atitudes
incoerentes”, comprometeu-se a estudante.
DST/AIDS
Além
da conscientização sobre a pilotagem correta, os adolescentes receberam
informações sobre a importância do uso da camisinha nas relações
sexuais para não contrair AIDS e outras DSTs. “De forma descontraída,
fizemos um bate papo com as crianças comparando a camisinha com o
capacete como sendo coisas importantes para salvar vidas”, disse Almir
Santana, gerente do programa Estadual DST/AIDS.
Via Ascom
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