Soldado da 27ª Brigada de Infantaria Paraquedista foi agredido violentamente durante trote na unidade militar.

A juíza da 27ª Vara Federal do Rio, Geraldine Pinto Vital de Castro, condenou a União ao pagamento de R$ 400 mil por danos morais a um soldado vitima de tortura durante um trote violento nas dependências do Exército. Atacado por um grupo de veteranos, o militar ficou com graves problemas urológicos, além de sequelas psiquiátricas. O caso foi revelado pelo GLOBO em abril de 2017. A sentença é de fevereiro deste ano.
A decisão também assegurou ao soldado o exercício de atividades administrativas na Organização Militar e a manutenção de tratamentos psicológico e urológico permanentes na rede de saúde do Exército Brasileiro. A União também deverá arcar com indenização por danos materiais como o tratamento de natureza médico-hospitalar e psíquica.
O soldado da 27ª Brigada de Infantaria Paraquedista sempre sonhou em ingressar no Exército e seguir a carreira militar. De família pobre, morador da Zona Norte do Rio, passou em todas as provas, recebendo as melhores notas nos exercícios físicos e nos saltos aos quais foi submetido durante o intenso treinamento. Queria copiar os passos do tio, capitão da Brigada Paraquedista.
— Fiquei muito machucado. Tive que extrair um testículo e os médicos disseram que o segundo está comprometido e também poderá ser extraído. Não vou mais conseguir saltar ou pular de paraquedas. Além disso, estou sob tratamento psiquiátrico e psicológico para tentar superar o que aconteceu. Eu sonhava em ser militar da Brigada Paraquedista. Me esforcei para passar nos testes. Agora não quero mais. Não tenho mais condições — afirmou o militar à época, pedindo para não ser identificado.
Via oGlobo
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