Poço Redondo (SE) - No sertão sergipano, onde a seca já ditou o ritmo da vida por décadas, a chegada da água potável tem mudado não apenas a...
Poço Redondo (SE) - No sertão sergipano, onde a seca já ditou o ritmo da vida por décadas, a chegada da água potável tem mudado não apenas a paisagem, mas também a dignidade das famílias. No povoado Areias, município de Poço Redondo, vivem Lidianne Lima e Cleiton Rodrigo Vieira, agricultores que, após anos convivendo com a incerteza da água, hoje colhem os frutos de uma transformação concreta: a instalação de um dessalinizador na comunidade.
Lidianne e Cleiton“Antes, a gente pagava até R$ 200,00 por uma carrada de água, e muitas vezes o carro-pipa nem chegava”, lembra Lidianne, agricultora e mãe de três filhas. Ao lado do marido, ela conduz uma rotina de cultivo e cuidado com a terra, prática que herdaram dos pais. “A agricultura vem da nossa infância. Mas sem água boa, tudo ficava mais difícil”, acrescentou Lidianne.
Esse cenário começou a mudar com a chegada do Programa Água Doce (PAD), uma política pública voltada ao tratamento de águas subterrâneas salobras ou salinizadas, promovido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). A ação no local foi realizada em parceria com o Governo do Estado e a prefeitura municipal, e incluiu ações de manutenção comunitária, treinamento técnico e garantia da sustentabilidade do sistema. O dessalinizador administrado pelo casal iniciou a operação em novembro de 2017 e atende cerca de 43 famílias no povoado.
O funcionamento é simples e eficaz. Conforme explica o casal, a água bruta captada é separada em dois fluxos. O rejeito vai para um campo próprio e a água doce, potável, abastece a comunidade. “É uma água de qualidade, 83% mineral. Aqui ninguém fica mais dependente de carro-pipa”, afirma Cleiton.
A história do casal de agricultores de Poço Redondo representa centenas de outras que aguardam a chegada do mesmo alívio. Com água de qualidade, vêm também novos ciclos: mais colheitas, mais saúde, mais tempo para viver. E, no sertão, isso é política pública. Por isso, o MIDR prevê investir mais de R$ 15 milhões nos próximos anos para recuperar, implantar e gerir sistemas de dessalinização.
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Via ascom
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